O "por que" explicativo, correspondente a "porquanto / pois", e o causal, correspondente a "pelo facto/motivo de que", são tradicionalmente, no Brasil e em Portugal, grafados aglutinadamente. (Nem sempre existem fronteiras nítidas entre o causal e o explicativo.) Também aqui, a aglutinação gráfica convencional não resiste a uma análise sintáctica.
1. Não pago, porque não há razão para tal. (explicativo)
2. Tu não pagas porque não queres? (causal)
Haverá razões suficientes para a aglutinação, além de uma certa tradição gráfica? Vejamos algumas transformações das orações acima.
3.a - Não pago, por não haver razão para tal.
3.b - Não pago, que não há razão para tal.
4 - Tu não pagas por não quereres?
Aqui se evidencia a autonomia funcional da preposição "por" e do pronome "que", pelo que uma convenção no sentido de se escrever sempre "por que" separados, além de facilitar a vida às pessoas, seria de todo acorde com a estrutura da língua.
2008-01-12
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